segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pensei que não, mas pode ser,
Estar tão longe, não se ver e amar.
Erro meu iludir-me que esqueceria,
Pior ter acreditado que era razão.
Agora nem mais sei, talvez jamais veja,
Talvez nem sequer ouça falar...
Quem sabe agora esqueço se tentar?
Quem sabe eu consiga mentir a mim,
Quem sabe agora e pela eternidade,
Pelo tempo e espaço nesse vazio que me invade,
Eu consiga arrancar esse afeto de dentro de mim.
Ao menos um pouco...
Quem sabe se eu não mais ao céu olhar,
Quem sabe se eu fugir do calor do sol, do seu raiar,
Se a Lua não mais surgir nas noites,
Se as estrelas não mais brilharem,
E se as aves não cantarem,
Se essas coisas não mais acontecerem,
De ti não mais me lembrarei.
Quem sabe se meus olhos não mais marejarem,
Se meu coração não mais acelerar ao ler teu nome,
Se eu não te encontrar mais nas lembranças,
Quem sabe...
Quem sabe meus sonhos desistam de te trazer,
E as noites lindas de chuva não me lembrem você,
E se o vento quando meu rosto soprar,
Não me faça teu beijo eu imaginar.
Se nunca mais chover,
Se na primavera não florescer,
Se os campos não trouxerem mais perfume,
Quem sabe assim hei de esquecer.
O dia em que a poesia,
Que em meu peito segura a alegria,
Deixar de nele rimar,
Talvez assim eu esqueça,
E de meu coração desapareça,
O nome daquele que de tão longe
Em meus sonhos se fez amar...

Lua de asas...

E a lua se fez mais lua. Se fez luz.
Lua eterna em meu coração, mas tão só.
Lua solitária que pensou poder voar.
Invejava cores e asas e quis se transformar.
Em borboleta, mas...
Como são frágeis as asas de borboleta!
Ficaram presas entre dedos cruéis,
com a força desvaneceramm, cederam.
O íntimo desejo e ardente emoção,                                        
sucumbiram ao desalento.

Voaria até ti, pousaria em seu coração,
mas as asas doem...presas por essa força
Meu coração não pode mais, bate pouco.
Porque certas coisas doem tanto?
Gira cosmos, universo que causa eclipses.
Eclipses demoram, luas choram, borboletas pouco duram...
Eterno é apenas o amor sentido,
mesmo que nunca compreendido.
Eterno dentro de mim, talvez dentro de ti.
Durará a vida inteira, longe, distante reluzente,
No beijo jamais provado,
Nas batidas do coração jamais ouvidas,
Nos desejos jamais saciados,
Nos olhares jamais encontrados.
E no amor que aqui se encontra, embora nunca consumado,
vedado pelo que impede o fim da distância,
Mas forte, indestrutivel e abundante
por esse desejo, essa ânsia,
que nunca perderá a constância,
nesse coração que segue batendo por lembranças,
coração de lua, lua nova, borboleta sem asas...